segunda-feira, 29 de julho de 2013

Sobre rodas

Voltando para casa, dentro do ônibus, ouço uma senhora comentar, algo exaltada, com sua amiga ao lado: "Sou a favor dessas manifestações, mas ficar aí fazendo baderna não."
Hoje estou pensando sobre como poderia ter dito a ela:
"A senhora, quando é injustiçada, faz o quê? Deita no chão, berra e faz birra? Como a pessoa que cometeu a injustiça reage? Ela não se importa, provavelmente. Mas e se a senhora quebrasse aquilo que é mais importante a ela? Certamente que lhe chamaria a atenção e a deixaria com medo, obrigando-a a respeitar a senhora e a não reincidir em injustiças. Da mesma forma, a classe burguesa é detentora dos meios de produção e utiliza-os para explorar o proletariado. Como espera que seja a reação? Agressiva, mas sobretudo libertária. Isso é que amedronta burguês. E quanto mais proletário depredar seus meios de produção, mais amedrontados os burgueses ficarão, pois sem isso não haverá meios de manter os trabalhadores a rédeas curtas. O povo está se libertando e os burgueses têm o apoio da imprensa, infelizmente, para fazer marketing contra as ações do povo, que são pelo povo e para o povo. Então, por favor, não fique do lado de quem te explora, fique do lado de quem luta pela liberdade."

Portanto, o Black Bloc é necessário por ora.
Como isso tudo poderia não ser verdade, quando vê-se o processo de criminalização da tática Black Bloc, em detrimento de um movimento pacífico e sem violência que vem sendo praticamente aclamado e conclamado, corroborado pelas mídias? Com qual finalidade elas criminalizariam a tática, mas exaltariam o movimento pacífico?