segunda-feira, 21 de julho de 2014

Na madrugada

A poesia nunca deve ser feita à caneta
Somente à lápis, devido à sua inconsistência,
Inconstância.
Amores de vida inteira que se acabam de repente.
Sem mais nem porque. Reviravolta.
E volta.
Conflituosidade
À medida que vai sendo feita
Descarrega no papel a alma do poeta.
A poesia é feita disso: de lápis, de
Amor - ou paixões,
Feita à base de alma
Na madrugada.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Fluxo do dar e receber

Estar com algumas pessoas simplesmente faz desabrochar em mim a poesia. Como posso eu também fazê-la desabrochar nos outros?
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Verso de ônibus, 10.7.2014.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Conexão fisíco-espritual

É do conhecimento de todos (ou melhor, dos afortunados que têm acesso ao saber) que, no nosso cérebro, impulsos elétricos originários do corpo neuronal são conduzidos por longos axônios até músculos e diversos órgãos. No entanto, a ciência não soube explicar ainda como, ou a partir do que, surgem esses impulsos elétricos.
Não seria plausível conferir ao espírito tal fenônemo? Ora, imagena que nosso espírito possui um envoltório semimaterial chamado perispírito, que possui uma aura espiritual formada de uma energia proveniente de um fluido cósmico universal absorvido e transformado num fluido vital inerente ao espírito. Tais fluidos não são nada mais do que tipos diferentes de energia, como, por exemplo, a energia elétrica e magnética que, juntas, formam um campo eletromagnético em volta do corpo de todo ser. A origem do impulso elétrico neuronal se dá do recrutamento de energias desse campo energético.
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Conclusões filosofadas por mim enquanto estudava O livro dos médiuns anteontem.
Escrevendo agora adicionei esse parênteses e tirei a palavra "humano" do fim da penúltima frase, deixando apenas "todo ser", porque acho que sim fica correspondente à realidade.

A desobediência

Desobedeça:
  • A Igreja;
  • O patrão;
  • O patriarca;
  • O Estado;
  • O sistema.
Obedeça seu coração. Viva a vida devagar. Jogue fora seu relógio.
Observe a natureza.
Quando foi a última vez que você parou para observar as estrelas?
Sinta o amor.
Mas não se conforme. Seja desobediente.
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Achei esse texto entre papéis antigos. Não tinha data, mas acho que foi no início de 2013.

Natureza desperta

O céu surgia enrubescido no despertar da manhã e o sol ainda brincava por trás das montanhas no horizonte com acanhamento. A leve brisa que desfolhava as árvores acariciava a face aveludada da menina faceira que espiava o desabrochar da cena e o nascer de um novo dia.
A menina completava o cenário como parte dele. Era linda tão linda como qualquer descrição seria insuficiente na perfeição.
Seus grandes olhos negros, escuros como as trevas das profundezas do mar, protegidos pelos seus volumosos cílios, vieram a se fixar num ponto mais adiante no gramado, onde reuniam-se como conversadeiras belas flores brancas. Tinham, como que a lhes servir, borboletas amarelas e laranjas que iam e voltavam entre vaporosos beijos, disseminando aquele aroma inerente às coisas mais belas de Deus.
A cena lhe prendeu a atenção por vários minutos, devido àquela singela beleza.
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Achei esse texto revirando cadernos antigos no meu armário. Foi escrito dia 11 de maio de 2011, na aula de literatura, no 2º ano. Lembro que, à época, estava lendo Eragon, e esse livro é rico de descrições. O autor, Cristopher Paolini, faz as descrições antes de começar a narrativa, separando-os. Aí acho que, inspirado no livro, escrevi essa descrição acima.
Eu mudei algumas coisas, agora, do texto original. A menina tinha meros olhos azuis, mas hoje acho muito mais belas a intensidade e a profundidade dos olhos 100% pretos. As borboletas davam bicadas - acho que é mais poético "vaporosos beijos".

quarta-feira, 9 de julho de 2014

O entendimento das funções masculinas e femininas

Muito me incomodava ler em textos espíritas apontamentos machistas que definiam uma divisão de tarefas para homens e mulheres. Mas, lendo sobre os arquétipos de anima e animus definidos por Jung, pude entender melhor.
Anima e animus são polos energéticos ou os opostos masculino-feminino na psique. Anima representa uma personalidade insconsciente feminina e o animus a masculina. Nossos atributos mentais e espirituais são entidades emanadas de Deus, éons, que estão geralmente em pares, ou sizígias (anima-animus), e que existem no pleroma, que é a plenitude, a totalidade dos poderes divinos (mais uma vez, "feitos à imagem e semelhança de Deus", e "Vós sois deuses"). O desenvolvimento da nossa personalidade interior está regido pelo inconsciente coletivo, ou seja, todas as nossas experiências - e dos outros - nesta encarnação, em encarnações pretéritas e em outras fases do nosso estágio. Penso eu que nosso anima-animus devem começar a se formar em plantas, pois as flores têm aspectos masculinos e femininos, ou talvez até antes, de alguma forma, experimentando experiências de doação (femininas) e de recepção (masculinas) de energia.
É importante também entender que estagiando nessas fases, tivemos enormes corpos coletivos, porque a experiência de uma planta ou uma pedra pode ser absorvida por qualquer planta ou por qualquer pedra, contribuindo imensamente na formação do nosso inconsciente coletivo, que contribui para a formação da nossa consciência e, por conseguinte, contribui para a nossa evolução espiritual. Também temos enormes corpos coletivos em determinadas espécies animais, corpos coletivos grandes em outras e até corpos coletivos pequenos na espécie humana.
Podemos dizer então que um homem e uma mulher possuem anima e animus desenvolvidos, e à medida que vão evoluindo e aumentando seu nível de consciência, esses arquétipos vão se desenvolvendo mais. Então, se num mundo primitivo a mulher tem um anima predominante sobre o animus, à medida que vai evoluindo num mundo de provas e expiações, ambos tendem a ir se equilibrando até que fiquem, enfim, iguais no mundo de regeneração (ou será que só se igualam nos mundos felizes?).
Portanto, há uma "divisão de tarefas" para anima e animus, mas não para homens e mulheres - que devem na verdade buscar o equilíbrio de suas parcelas de anima e animus.
Interessante é pensar que, já que temos anima e animus no nosso inconsciente - em proporções diferentes, mas temos - somos por natureza bissexuais, com maior tendência à heterossexualidade ou homossexualidade de acordo com as desproporções de anima e animus, ideia que Jung e Freud compartilhavam.

Conceitos jungianos para o entendimento do amor libidinoso de Deus

Jung afirma a libido como uma energia de vida criativa, que possibilita a compreensão da motivação do homem, e pode ser investida em diferentes direções, assumindo grande variabilidade de formas. A libido corresponde ao conceito de energia da Física, que pode ser entendida em termos de calor, eletricidade, magnetismo etc. As direções da libido são a extroversão e a introversão; a primeira se refere à libido projetada no mundo exterior, nas outras pessoas e objetos, e a segunda se refere à libido projetada para dentro do reino do inconsciente, das ideias, das imagens.
Uma pessoa é extrovertida ou introvertida a depender da sua tendência de projeção da própria libido.

Esses conceitos jungianos interessantíssimos, me fizeram pensar sobre o poder de vida criativa da libido. Eu entendo o sexo como a mobilização de uma energia criativa e, após o sexo, ambas as pessoas saem fecundadas. A fecundação por essa energia criativa gera motivação, novas ideias, evolução e crescimento. Portanto, o sexo não se trata somente do ato carnal, pois uma conversa edificante comporta-se como também sendo um ato sexual! E o ato sexual carnal feito com amor tem esse poder de mobilização da energia criativa. Feito sem amor, é desperdício dessa energia, o que causa um desequilíbrio e o self então age para tentar reequilibrar nossa energia, mas se sexo sem amor é feito de maneira muito frequente, o self não consegue corrigir esse desequilíbrio, o que leva a quadros patológicos. Pensando assim, me faz pensar que Deus fez nada além de mobilizar sua libido para dar gênese a toda sua criação! Nós somos a consequência do amor de Deus e do poder imenso de sua energia criadora! 

A libido é energia, não qualquer uma ou um tipo delas, mas todas, incluindo a energia do pensamento. Mobilizando nossa libido, nossa energia, nosso pensamento, podemos criar! Daí a ideia da 'lei da atração', das criações mentais, frequentes no plano espiritual, citadas em livros espíritas, a ideia do 'somos aquilo que pensamos', da influência do nosso pensamento na nossa saúde etc. Essa nossa capacidade de criar me faz lembrar do que Moisés disse "O homem foi criado à imagem e semelhança de Deus" e do que Jesus disse "Vós sois deuses", porque, de fato, somos deuses criadores, tal qual Ele é. A diferença é que todas as criações divinas são feitas com amor.

Sonhos marcantes

Sonhei há um certo tempo que entrava por trás de um grande palco com várias pessoas, no qual nós entraríamos para fazer uma grande apresentação mais tarde, acho que de teatro. Nenhuma dessas pessoas que estavam comigo são conhecidas minhas da vida real, mas estava claro de alguma forma que compartilhávamos as crenças espíritas, me parecia até que a peça seria apresentada numa colônia espiritual. 
Mais tarde, me vi sentado sozinho num desses bancos de jardim, e estava de fato num lugar muito arborizado e florido, a contemplar a natureza. Acercou-se de mim um pequenino cachorro preto que me dirigiu a palavra:
- Vou me sentar aqui perto de você, porque a gente se aproxima de quem cuja energia a gente tem afinidade, né. Muita gente diz amar os animais, mas na verdade guarda no coração sentimentos ruins.
- Você é um cachorro muito sábio - respondi a ele.

O que ele comentou me fez pensar se meu partidarismo pela defesa dos animais se trata realmente de respeito e amor a eles, ou se estou sendo hipócrita, mas, uma vez que aquele cachorro me dissera que tinha afinidade com minha energia, eu me senti mais aliviado em relação a isso. 
Sobre o teatro, pode ser que o fato de eu ter apresentado uma peça com a turma da faculdade no maior teatro de Goiânia várias semanas antes possa ter influenciado, além do fato de que eu faço parte de um grupo de teatro espírita.

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Hoje, dia 9 de julho, tive vários sonhos, mas só me lembro de um. Sonhava que estava com algumas pessoas, as quais nenhuma me é conhecida na vida real. Tínhamos um líder e os outros como que aprendizes. Ele nos dera revólveres, mas revólveres diferentes e incomuns. O meu era dourado, parecia retrátil e tinha até uma parte giratória. Perguntei ao 'mestre' como destrava: eu tinha que desdobrá-lo, e girar a parte giratória, que tinha um formato meio piramidal. Era lisa, bonita e um pouco pesada. Nos vimos em diversos lugares, primeiro num ginásio, depois num condomínio (me pareceu um no qual já morei), num conjunto de prédios que não conhecia, acho que num campus também (me pareceu o Campus Samambaia, no qual já tive aulas também). Nós rastreávamos uma pessoa, a qual tentávamos capturar. Não conheço essa pessoa. Ela sempre nos escapava. Mas ela era má. Em alguns momentos senti uma vontade de atirar sem me preocupar com as consequências disso, só pelo gosto de fazer algo novo, excitante, mas não atirava, pois não queria matar ninguém. Não conseguimos capturar quem procurávamos.

De alguma forma, imagino que seja meu inconsciente, o id, me mostrando a minha busca interior de combater o mal em mim.