quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Paixão insustentável

"Alegrias violentas têm fins violentos, e falecem no triunfo, como fogo e pólvora que num beijo se consomem." (Willian Shakespeare - Romeu e Julieta)

No momento em que meus lábios tocarem os seus lábios, me apaixonarei perdidamente de modo a precisar de você sempre e cada vez mais.
No momento em que os seus lábios tocarem os meus lábios, você terá então matado sua sede de mim.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

sinestesia

Qual é o sabor do teu beijo?
Estou ébrio de paixão. Quero sentir o gosto dos teus lábios.

- Para P.S.S.F.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Angústia

Sou infeliz, pois não tenho poesia. Destroço meu crânio tentando arrancá-la de mim, fazê-la florescer, libertá-la enfim.

Atrai-se o que é necessário

É imaturidade entristecer-se por não se sentir aceito ou por não estar rodeado de amigos. Se você está buscando sua evolução e faz o que acha certo, não precisa receber aprovação de ninguém por isso. As energias de pessoas com mentalidades diferentes não se afinizam e, portanto, essas pessoas se repelem.
- escrito em 2. setembro. 2013.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Acerca do conocere

"Um intelecto que visse causa e efeito como continuum, e não, à nossa maneira, como arbitrário esfacelamento e divisão, que enxergasse o fluxo do acontecer - rejeitaria a noção de causa e efeito e negaria qualquer condicionalidade."
(Nietzsche - A Gaia Ciência)

Uma ideia não-humana

No universo só existe perfeição. Inclusive a própria imperfeição do indivíduo é perfeita. Não que essa perfeição seja algo bom ou mau. É apenas, naturalmente, perfeita.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Pois que hoje senti uma pitada de liberdade

e não quis lhe beijar. Ainda que lhe visse, que lhe tivesse ao meu lado, que me pedisse ou implorasse pelo meu beijo, não quis. É desilusão talvez, mágoa quiçá, pois que hoje ainda sinto paixão por você. Mas como amar alguém que não me dá liberdade? Amo mais minha liberdade que você. Só por hoje não quis lhe beijar.
Hoje a lua é minguante.
Igualdade, sine qua non da liberdade.

Porra, capital.

No sistema capitalista há proprietários (os exploradores) e não-proprietários (os explorados). Os exploradores exploram a mais-valia produzida pelos explorados, quer dizer, o salário dos explorados é pago em pouquíssimos dias de trabalho, enquanto todos os outros dias de trabalho servem para produzir um lucro exorbitante para o explorador. No fim, a finalidade do trabalho do explorado é produzir o lucro exorbitante para o explorador, o salário que recebe serve apenas para que ele se mantenha escravo ao emprego. O pior crime do capitalismo, no entanto, é o desemprego, ou seja, é privar às pessoas os meios de se sustentar, de sobreviver. Porque, ora, qualquer um pode trabalhar e produzir para seu sustento, mas o sistema capitalista apropria-se do trabalho de tal forma que só sobrevive quem tenha algum explorador para lhe pagar pelo trabalho. É como se o importante fosse o salário, e não o trabalho.

Vejamos o Restaurante Universitário, ou RU simplesmente, da UFG. As refeições são servidas em bandejas por estagiárias e não há opções variadas, enquanto do lado temos o Restaurante Executivo, ou RE simplesmente, que pertence à mesma empresa responsável pelo RU, a Real Food, e que oferece várias opções de refeição, de feijão e arroz bem cozidos (e não duros), e em pratos de vidro.
Por que isso ocorre? Como o RU deve ser acessível a todos os estudantes, a refeição é ofertada por R$3,00 apenas. Se a Real Food oferecesse várias opções de alimentos, pratos etc., o preço saíria por mais de R$3,00. Então é justo que a comida ofertada seja assim, como é hoje? Não. Não seria muito mais justo que todos os alunos da universidade pudessem ter acesso a comida de qualidade, várias opções, servirem-se do quanto quiserem etc.? Sim! Mas não é assim porque a comida deve ser a mais barata possível para que seja acessível a todos e, sob esse pretexto, as refeições são aceitas da forma como são ofertadas hoje. Então, afinal, a justiça não é feita porque o sistema impede! Vê como o sistema, capitalista, aliena as pessoas de uma forma que as faz acreditar que a injustiça é mais justa? Como o sistema aprisiona o povo à miséria, como sucateia o público para que o privado seja melhor e, então, mais procurado para que o lucro seja maior?

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

- Você acha justo o governo tirar uma parte do seu salário supostamente para melhorias para a população, quando você podia estar juntando o dinheiro pra comprar um carro?

Não, não acho, mas apenas porque temos a garantia de que esse dinheiro, mesmo se revestido em obras e ações para a população, nunca se converterá verdadeiramente em melhorias. Mas, se se convertessem, eu teria prazer! Comprar um carro é mais importante do que ajudar a oferecer saúde gratuita e de qualidade para o povo? Não.

L I B E R D A D E

O que a afasta de nós?
  • o medo. Convém que percebamos que ter medo simplesmente não faz sentido, para que nos libertemos dessa cultura do medo.
  • preconceitos. Não se nasce preconceituoso, torna-se. Se temos preconceito, é porque somos alienados.
  • capitalismo, sistema cuja ideologia alienante expropria-nos do que é por justiça nosso, obrigando-nos a sermos escravos.
  • egoísmo. A liberdade do outro é uma extensão da minha, não pode haver uma pessoa livre enquanto tantas não forem também. Logo, pensar somente em si, sem altruísmo, é uma forma de fazer-se acreditar que todos têm oportunidades iguais e que não precisamos uns dos outros. É privarmo-nos de nossa liberdade.

domingo, 20 de outubro de 2013

Meia felicidade infeliz

Até ontem tinha cardiomiócitos, mas hoje são células parietais e produzem o ácido mais corrosivo que corrói meu coração por dentro. O fel mais amargo produzido no fígado está armazenado em cada célula do meu coração. Mas ele cai na minha corrente sanguínea e se espalha pelo meu corpo todo. Sinto esse sabor de não sei na alma. Meus lábios, já secos, racham. Meu coração, frio, bate forte demais tentando se recompor, tentando te buscar. Cada batida é um passo que meu coração dá na corrida atrás do seu, ou seja, atrás da felicidade. Mas não sei o que é felicidade pra você, ou se você já é feliz apenas do jeito que estamos. Vamos conversar! (?)
Quando eu te ver nada disso vai ter importância. Será só felicidade. Comunhão de almas completa, sem medo. Sentiremo-nos tão bem que sorrisos não sairão dos nossos lábios. O que é seco, se tornará úmido, o que é gélido, se tornará quente. O que é rachado, se tornará unido, o que é lonjura, se tornará integralidade. E os corações nossos baterão mais lentos, de tanta felicidade, de tanto amor, de tanta paz, enfim.
Mas, e depois? E quando a lonjura voltar? Será como antes? Será por quanto tempo assim?

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Comentários sobre alguns parágrafos de "A educação integral", de Mikhail Bakunin


“Todos os indivíduos são igualmente capazes de alcançar o mesmo grau de educação? Imaginemos uma sociedade organizada segundo a maneira mais igualitária possível e em que todas as crianças tenham desde o nascimento o mesmo ponto de partida, tanto no plano econômico e social como no político, ou seja, exatamente o mesmo cuidado, a mesma educação, o mesmo ensino; não haverá entre estes milhares de pequenos indivíduos diferenças infinitas de energia, de tendências naturais, de aptidões?
Este é o grande argumento de nossos adversários, burgueses puros e socialistas burgueses. Creem-no irresistível. Tentemos, pois, provar o contrário. Em primeiro lugar, com que direito se fundamentam no princípio das capacidades individuais? Há lugar para o desenvolvimento destas capacidades na sociedade tal como é? Pode haver um lugar para o desenvolvimento numa sociedade que continuará tendo como base econômica o direito de herança? Evidentemente que não, pois desde o momento em que houver herança, a carreira das crianças não será nunca o resultado de suas capacidades e de sua energia individual; será antes de mais nada o do estado de fortuna, da riqueza e da miséria de suas famílias. Os herdeiros ricos, porém néscios, receberão um ensino superior, as crianças mais inteligentes do proletariado continuarão recebendo como herança a ignorância, exatamente como se pratica agora. Não é, pois, uma hipocrisia, um engano infame, falar de direitos individuais fundados em capacidades individuais não só na atual sociedade, mas também inclusive com vistas a uma sociedade reformada, que não obstante continuaria tendo como base a propriedade individual e o direito de herança?”.
  •  Aqui, Bakunin diz que as diferenças entre as pessoas é fortemente estabelecida de acordo com a classe social em que a criança nasce. Quer dizer, uma criança nascida em família abastada terá sempre muito mais possibilidades de carreira que aquela nascida no berço de ouro. As diferenças entre as pessoas existem principalmente porque existem diferentes classes sociais.
  • Bakunin afirma que a expressão das diferenças intelectuais entre as pessoas deve-se principalmente às diferenças de instrução que cada uma recebe. A uns, uma educação que promova sua intelectualidade, e a outras, somente o necessário para que continuem em trabalhos braçais aos quais se nega a burguesia a realizá-los. Não são verdadeiros escravos os de baixa instrução? Como pode haver escravos que defendam esse regime escravocrata?
  • Como você pode achar justo (diga-me: você acha realmente justo?) que, caso uma criança nascida rica queira ser o que se chama de “vagabundo” - ou seja, não dedicar-se a trabalhar em nada, dedicar-se somente a gastar o dinheiro de sua família - possa fazer isso, enquanto milhões de pessoas sofrem com a fome?
“Fala-se tanto de liberdade individual hoje, e no entanto o que domina não é em absoluto o indivíduo humano, o indivíduo considerado em geral, é o indivíduo privilegiado por sua posição social, é por conseguinte a posição, a classe. Que se atreva um indivíduo inteligente da burguesia a levantar-se contra os privilégios econômicos desta classe respeitável, e veremos o quanto estes bons burgueses, que neste momento só têm na boca a liberdade individual, respeitarão a sua. E ainda se fala em capacidades individuais! Não vemos cada dia as maiores capacidades  operárias e burguesas forçadas a dar passagem e inclusive abaixar a cabeça diante da estupidez dos herdeiros do bezerro de ouro? A liberdade individual, não privilegiada mas sim humana, as capacidades reais dos indivíduos só poderão realizar seu pleno desenvolvimento em plena igualdade. Quando houver igualdade de ponto de partida para todos os homens da terra, somente então se poderá dizer, com muito mais razão que hoje, que todo indivíduo é filho de suas obras. Daí concluirmos que, para que as capacidades individuais prosperem e não haja impedimento quanto a dar frutos, é necessário antes de tudo que todos os  privilégios individuais, tanto econômicos como políticos, tenham desaparecido, isto é, que todas as classes sociais sejam abolidas. É necessário o desaparecimento da propriedade individual e do direito de herança, é necessário o triunfo econômico, político e social da igualdade.”
  • Bakunin demonstra que não haverá verdadeira meritocracia em qualquer sociedade enquanto não houver igualdade para todos, igualdade que virá com o fim das classes sociais.
  • Por que dividir as pessoas em classes se elas são todas iguais? O que as divide em classes sociais é o direito de herança e da propriedade individual, elementos que devem ser então abolidos da sociedade para que se possa dizer que há, enfim, meritocracia.
“Mas uma vez vitoriosa a igualdade e bem estabelecida, não haverá mais nenhuma diferença entre as capacidades e os graus de energia das pessoas? Sim; haverá, talvez não tanto como hoje, mas sem dúvida sempre existirá. É uma verdade que se tornou proverbial, e que provavelmente não deixará nunca de ser uma verdade: na mesma árvore não há nunca duas folhas idênticas. Com muito mais razão, será sempre verdade em relação aos homens, uma vez que estes são seres muito mais complexos do que as folhas. Mas esta diversidade, longe de ser um mal, é ao contrário uma riqueza do homem, como bem observou o filósofo alemão Feuerbach. Graças a ela a humanidade forma um conjunto em que uns completam os outros e se necessitam mutuamente e de tal modo que esta diversidade infinita dos indivíduos humanos é a causa, a base principal da solidariedade, um argumento bastante poderoso em favor da igualdade.”
  • Ou seja, justamente as diferenças entre as pessoas é o argumento mais forte a favor da igualdade entre elas (quer dizer, o fim da divisão das pessoas em classes sociais), pois todas precisam umas das outras. Daí advém a necessidade da solidariedade para que haja um mundo justo e igualitário. Não há justiça, solidariedade, igualdade, quando uns são superiores a outros apenas por causa da classe social em que nasceram.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Por que ser favorável à descriminalização do aborto até a 12ª semana?

Espiritualmente falando, o aborto é uma violência com o espírito que prepara-se para o reencarne, por configurar-se como uma privação a este espírito da oportunidade de viver na Terra, algo que lhe dá a oportunidade de reduzir seu carma e ter novas experiências, importantes para o processo de evolução do espírito. O aborto cria um carma para os envolvidos, tanto para a mãe que decidiu realizá-lo, quanto para o profissional que o realizou. O aborto realizado em clínicas clandestinas pode ferir seu útero, provocando risco de infecções e morte, algo que fere o perispírito da mulher e pode provocar sua incapacidade de gerar filhos e defeitos congênitos no referido órgão em uma próxima reencarnação. O mundo evoluirá quando a humanidade reaproximar-se da espiritualidade, entendendo então que a vida começa antes da concepção, já com o plano reencarnatório do espírito.

No entanto, a Terra ainda não é assim, e o fato é que mulheres abortam. As ricas fazem escondido com médicos de confiança ou até no exterior e as pobres morrem. Como as pessoas podem aceitar essa injustiça? Se a medicina é detentora dos métodos para a realização de um aborto seguro, por que deixar que as mulheres morram? O argumento que surge é: "Deixe que as mulheres arquem com as consequências da sua própria escolha. Elas sabem dos riscos." Bem, eu curso uma faculdade de medicina e uma professora nos disse que não é função do médico julgar quem tem direito ou não ao socorro. A função do médico é promover a saúde e deve ser exercida sem qualquer tipo de distinção. O detento foragido da polícia tem o direito a cuidados médicos da mesma forma que uma pessoa ficha limpa. "Mas é função do Direito fazer esse julgamento, e eles julgaram que a mulher não tem o direito de abortar" Não significa que essa seja uma atitude ética, pois causa a morte de milhares de mulheres pobres (já que as ricas dão seu "jeitinho"). Abortos acontecem. Nunca vão deixar de acontecer, não podemos evitar. Mas nós podemos evitar a morte das mulheres. Não cabe ao homem dizer que a mulher merece morrer por fazer aborto.

Argumentam também: "Então o médico tem que matar o filho pra salvar a mãe? Ele vai matar um pra salvar outro?!" Ora, mas não é justamente isso que acontece LEGALMENTE hoje? Em caso de risco de morte para a mulher, o aborto é legal, a mulher pode optar pelo aborto, e em qualquer mês da gestação. Mata-se o nascituro para que se possa salvar a mulher. E inclusive existem mulheres que não têm religião, mulheres ateias, mulheres que têm suas próprias crenças, como a de que um amontoado de células (e é isso o que um embrião é, até a 12ª semana gestacional) não tem vida, e por isso o médico não vai estar matando ninguém. As pessoas têm o direito de crerem no que quiserem e se, na crença delas, não há nenhum comprometimento moral em abortar, porque elas devem ser proibidas de abortar por quem acredita que o amontoado de células tem vida? Isso é uma forma de repressão da vontade própria (antes que alguém rebata: o amontoado de células, se não tem vida, tem muito menos vontade própria para poder ser defendida), uma forma de repressão da liberdade, uma forma de ditadura.

"No mundo hoje existem várias formas de se prevenir a gravidez, só engravida quem quer." Acontece que não é bem assim. Existem camisinhas disponíveis em postos de saúde, mas não são todas as mulheres que sabem disso, não são todas que sabem como usá-la, camisinhas rompem e há mulheres cujos maridos, brutos machistas, obrigam-nas a transarem sem camisinha. Aí tem a pílula anticoncepcional distribuída gratuitamente em unidades de saúde. Da mesma forma, não são todas as mulheres que sabem disso, muitas vezes o estoque da unidade de saúde acaba, não são todas as mulheres que sabem como usar a pílula, algumas se esquecem somente um diazinho de tomá-la (pode acontecer com qualquer uma) e há, inclusive, casos de falha da pílula. Não há, enfim, uma educação sexual que alcance, efetivamente, todas as pessoas.

"Se o aborto fosse legalizado, iria aumentar o número de casos de aborto. As mulheres iriam engravidar, abortar, engravidar, abortar, repetidas vezes; iriam transar sem preocupação, já que podem fazer um aborto depois facilmente." Não existe mulher no mundo que ache bacana realizar um aborto. As mulheres continuariam a ter os cuidados para a prevenção de gravidez e DSTs normalmente. Há muitos países que legalizaram o aborto e não houve neles esse enorme aumento da quantidade de aborto, como sugerido, houve sim redução a zero do número de morte de mulheres em decorrência da realização de aborto. Assista a esse vídeo, uma entrevista do ginecologista e obstetra Jefferson Drezet, feita pelo Dr. Drauzio Varella: http://drauziovarella.com.br/audios-videos/aborto-e-se-fosse-legalizado/. O ideal é seguir o exemplo de Portugal: antes da mulher realizar o aborto (que só pode ser feito até a 12ª semana), ela tem um acompanhamento psicológico de três dias para repensar o assunto, é informada das condições de efetuação da interrupção voluntária da gravidez e suas consequências para a saúde da mulher, e, após o aborto, recebe o encaminhamento para uma consulta de planeamento familiar (para evitar que a mulher "engravide, aborte, engravide, aborte"), vide: http://pt.wikipedia.org/wiki/Aborto_em_Portugal.


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Educação sexual para decidir, anticoncepcionais para não abortar, aborto legal para não morrer!

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Além do bem e do mal, o que é a verdade?

O mal existe? Ou o mal é a ausência do bem, da mesma forma que a escuridão é a ausência de luz? Se sim, isso implica necessariamente que o mal não exista? Ou implica que o mal exista o tempo todo, ou seja, quando a luz/o bem está presente, a escuridão/o mal ainda está lá? Seus antônimos apenas lhes anularam as influências. O vazio de um copo deixa de existir quando ele está preenchido? Ou o vazio continua ali, só que preenchido? Mas o copo vazio não é puramente o copo? Não é o natural? A verdade em si? Significa analogamente que o mal/escuridão é o natural? É a verdade? Significa portanto que devemos impedir o preenchimento por ele ser antinatural? O copo preenchido não poderia ser útil a quem tivesse sede? A luz não poderia ser útil a quem necessitasse orientação? O bem é necessário portanto? E se não houvesse quem tem sede? E se não houvesse quem é desorientado? Nesse caso não haveria copo, não haveria luz. Mas de que serviria a existência do copo vazio se o seu objetivo não fosse ser preenchido? Ele não foi criado vazio para que pudesse ser preenchido? De que serviria a existência da luz se o seu objetivo não fosse orientar? Fomos criados maus para que pudéssemos ser bons? O mal existe para que haja o bem? Acredito que sim. O natural portanto é buscar livrar-nos do vazio e nos preenchermos, uma ação em prol do próximo. Amor.
Calma aí, estou me comparando a um copo?

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Sobre rodas

Voltando para casa, dentro do ônibus, ouço uma senhora comentar, algo exaltada, com sua amiga ao lado: "Sou a favor dessas manifestações, mas ficar aí fazendo baderna não."
Hoje estou pensando sobre como poderia ter dito a ela:
"A senhora, quando é injustiçada, faz o quê? Deita no chão, berra e faz birra? Como a pessoa que cometeu a injustiça reage? Ela não se importa, provavelmente. Mas e se a senhora quebrasse aquilo que é mais importante a ela? Certamente que lhe chamaria a atenção e a deixaria com medo, obrigando-a a respeitar a senhora e a não reincidir em injustiças. Da mesma forma, a classe burguesa é detentora dos meios de produção e utiliza-os para explorar o proletariado. Como espera que seja a reação? Agressiva, mas sobretudo libertária. Isso é que amedronta burguês. E quanto mais proletário depredar seus meios de produção, mais amedrontados os burgueses ficarão, pois sem isso não haverá meios de manter os trabalhadores a rédeas curtas. O povo está se libertando e os burgueses têm o apoio da imprensa, infelizmente, para fazer marketing contra as ações do povo, que são pelo povo e para o povo. Então, por favor, não fique do lado de quem te explora, fique do lado de quem luta pela liberdade."

Portanto, o Black Bloc é necessário por ora.
Como isso tudo poderia não ser verdade, quando vê-se o processo de criminalização da tática Black Bloc, em detrimento de um movimento pacífico e sem violência que vem sendo praticamente aclamado e conclamado, corroborado pelas mídias? Com qual finalidade elas criminalizariam a tática, mas exaltariam o movimento pacífico?