quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Por que ser favorável à descriminalização do aborto até a 12ª semana?

Espiritualmente falando, o aborto é uma violência com o espírito que prepara-se para o reencarne, por configurar-se como uma privação a este espírito da oportunidade de viver na Terra, algo que lhe dá a oportunidade de reduzir seu carma e ter novas experiências, importantes para o processo de evolução do espírito. O aborto cria um carma para os envolvidos, tanto para a mãe que decidiu realizá-lo, quanto para o profissional que o realizou. O aborto realizado em clínicas clandestinas pode ferir seu útero, provocando risco de infecções e morte, algo que fere o perispírito da mulher e pode provocar sua incapacidade de gerar filhos e defeitos congênitos no referido órgão em uma próxima reencarnação. O mundo evoluirá quando a humanidade reaproximar-se da espiritualidade, entendendo então que a vida começa antes da concepção, já com o plano reencarnatório do espírito.

No entanto, a Terra ainda não é assim, e o fato é que mulheres abortam. As ricas fazem escondido com médicos de confiança ou até no exterior e as pobres morrem. Como as pessoas podem aceitar essa injustiça? Se a medicina é detentora dos métodos para a realização de um aborto seguro, por que deixar que as mulheres morram? O argumento que surge é: "Deixe que as mulheres arquem com as consequências da sua própria escolha. Elas sabem dos riscos." Bem, eu curso uma faculdade de medicina e uma professora nos disse que não é função do médico julgar quem tem direito ou não ao socorro. A função do médico é promover a saúde e deve ser exercida sem qualquer tipo de distinção. O detento foragido da polícia tem o direito a cuidados médicos da mesma forma que uma pessoa ficha limpa. "Mas é função do Direito fazer esse julgamento, e eles julgaram que a mulher não tem o direito de abortar" Não significa que essa seja uma atitude ética, pois causa a morte de milhares de mulheres pobres (já que as ricas dão seu "jeitinho"). Abortos acontecem. Nunca vão deixar de acontecer, não podemos evitar. Mas nós podemos evitar a morte das mulheres. Não cabe ao homem dizer que a mulher merece morrer por fazer aborto.

Argumentam também: "Então o médico tem que matar o filho pra salvar a mãe? Ele vai matar um pra salvar outro?!" Ora, mas não é justamente isso que acontece LEGALMENTE hoje? Em caso de risco de morte para a mulher, o aborto é legal, a mulher pode optar pelo aborto, e em qualquer mês da gestação. Mata-se o nascituro para que se possa salvar a mulher. E inclusive existem mulheres que não têm religião, mulheres ateias, mulheres que têm suas próprias crenças, como a de que um amontoado de células (e é isso o que um embrião é, até a 12ª semana gestacional) não tem vida, e por isso o médico não vai estar matando ninguém. As pessoas têm o direito de crerem no que quiserem e se, na crença delas, não há nenhum comprometimento moral em abortar, porque elas devem ser proibidas de abortar por quem acredita que o amontoado de células tem vida? Isso é uma forma de repressão da vontade própria (antes que alguém rebata: o amontoado de células, se não tem vida, tem muito menos vontade própria para poder ser defendida), uma forma de repressão da liberdade, uma forma de ditadura.

"No mundo hoje existem várias formas de se prevenir a gravidez, só engravida quem quer." Acontece que não é bem assim. Existem camisinhas disponíveis em postos de saúde, mas não são todas as mulheres que sabem disso, não são todas que sabem como usá-la, camisinhas rompem e há mulheres cujos maridos, brutos machistas, obrigam-nas a transarem sem camisinha. Aí tem a pílula anticoncepcional distribuída gratuitamente em unidades de saúde. Da mesma forma, não são todas as mulheres que sabem disso, muitas vezes o estoque da unidade de saúde acaba, não são todas as mulheres que sabem como usar a pílula, algumas se esquecem somente um diazinho de tomá-la (pode acontecer com qualquer uma) e há, inclusive, casos de falha da pílula. Não há, enfim, uma educação sexual que alcance, efetivamente, todas as pessoas.

"Se o aborto fosse legalizado, iria aumentar o número de casos de aborto. As mulheres iriam engravidar, abortar, engravidar, abortar, repetidas vezes; iriam transar sem preocupação, já que podem fazer um aborto depois facilmente." Não existe mulher no mundo que ache bacana realizar um aborto. As mulheres continuariam a ter os cuidados para a prevenção de gravidez e DSTs normalmente. Há muitos países que legalizaram o aborto e não houve neles esse enorme aumento da quantidade de aborto, como sugerido, houve sim redução a zero do número de morte de mulheres em decorrência da realização de aborto. Assista a esse vídeo, uma entrevista do ginecologista e obstetra Jefferson Drezet, feita pelo Dr. Drauzio Varella: http://drauziovarella.com.br/audios-videos/aborto-e-se-fosse-legalizado/. O ideal é seguir o exemplo de Portugal: antes da mulher realizar o aborto (que só pode ser feito até a 12ª semana), ela tem um acompanhamento psicológico de três dias para repensar o assunto, é informada das condições de efetuação da interrupção voluntária da gravidez e suas consequências para a saúde da mulher, e, após o aborto, recebe o encaminhamento para uma consulta de planeamento familiar (para evitar que a mulher "engravide, aborte, engravide, aborte"), vide: http://pt.wikipedia.org/wiki/Aborto_em_Portugal.


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Educação sexual para decidir, anticoncepcionais para não abortar, aborto legal para não morrer!

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