domingo, 20 de outubro de 2013

Meia felicidade infeliz

Até ontem tinha cardiomiócitos, mas hoje são células parietais e produzem o ácido mais corrosivo que corrói meu coração por dentro. O fel mais amargo produzido no fígado está armazenado em cada célula do meu coração. Mas ele cai na minha corrente sanguínea e se espalha pelo meu corpo todo. Sinto esse sabor de não sei na alma. Meus lábios, já secos, racham. Meu coração, frio, bate forte demais tentando se recompor, tentando te buscar. Cada batida é um passo que meu coração dá na corrida atrás do seu, ou seja, atrás da felicidade. Mas não sei o que é felicidade pra você, ou se você já é feliz apenas do jeito que estamos. Vamos conversar! (?)
Quando eu te ver nada disso vai ter importância. Será só felicidade. Comunhão de almas completa, sem medo. Sentiremo-nos tão bem que sorrisos não sairão dos nossos lábios. O que é seco, se tornará úmido, o que é gélido, se tornará quente. O que é rachado, se tornará unido, o que é lonjura, se tornará integralidade. E os corações nossos baterão mais lentos, de tanta felicidade, de tanto amor, de tanta paz, enfim.
Mas, e depois? E quando a lonjura voltar? Será como antes? Será por quanto tempo assim?

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