quarta-feira, 9 de julho de 2014

O entendimento das funções masculinas e femininas

Muito me incomodava ler em textos espíritas apontamentos machistas que definiam uma divisão de tarefas para homens e mulheres. Mas, lendo sobre os arquétipos de anima e animus definidos por Jung, pude entender melhor.
Anima e animus são polos energéticos ou os opostos masculino-feminino na psique. Anima representa uma personalidade insconsciente feminina e o animus a masculina. Nossos atributos mentais e espirituais são entidades emanadas de Deus, éons, que estão geralmente em pares, ou sizígias (anima-animus), e que existem no pleroma, que é a plenitude, a totalidade dos poderes divinos (mais uma vez, "feitos à imagem e semelhança de Deus", e "Vós sois deuses"). O desenvolvimento da nossa personalidade interior está regido pelo inconsciente coletivo, ou seja, todas as nossas experiências - e dos outros - nesta encarnação, em encarnações pretéritas e em outras fases do nosso estágio. Penso eu que nosso anima-animus devem começar a se formar em plantas, pois as flores têm aspectos masculinos e femininos, ou talvez até antes, de alguma forma, experimentando experiências de doação (femininas) e de recepção (masculinas) de energia.
É importante também entender que estagiando nessas fases, tivemos enormes corpos coletivos, porque a experiência de uma planta ou uma pedra pode ser absorvida por qualquer planta ou por qualquer pedra, contribuindo imensamente na formação do nosso inconsciente coletivo, que contribui para a formação da nossa consciência e, por conseguinte, contribui para a nossa evolução espiritual. Também temos enormes corpos coletivos em determinadas espécies animais, corpos coletivos grandes em outras e até corpos coletivos pequenos na espécie humana.
Podemos dizer então que um homem e uma mulher possuem anima e animus desenvolvidos, e à medida que vão evoluindo e aumentando seu nível de consciência, esses arquétipos vão se desenvolvendo mais. Então, se num mundo primitivo a mulher tem um anima predominante sobre o animus, à medida que vai evoluindo num mundo de provas e expiações, ambos tendem a ir se equilibrando até que fiquem, enfim, iguais no mundo de regeneração (ou será que só se igualam nos mundos felizes?).
Portanto, há uma "divisão de tarefas" para anima e animus, mas não para homens e mulheres - que devem na verdade buscar o equilíbrio de suas parcelas de anima e animus.
Interessante é pensar que, já que temos anima e animus no nosso inconsciente - em proporções diferentes, mas temos - somos por natureza bissexuais, com maior tendência à heterossexualidade ou homossexualidade de acordo com as desproporções de anima e animus, ideia que Jung e Freud compartilhavam.

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